Nunca disse uma palavra de amor
enquanto odiei o meu corpo
como dar graças ao Criador
odiando sua imagem e semelhança
Como buscar a mão de um irmão
se o negro de minha alma e cor
brilhavam luzidio na sua pele
como espelho de minha negra imagem
Anjos e deuses eram brancos
belos, lindos e cultos
eu ser descaído mendigava
um olhar, um afago, um abraço
A mão que me tocasse
por mais branca que fosse
suja , imunda, desprezível se tornava
pois eu mesmo me odiava
Um dia rasgando meu corpo e alma
de tudo que eu sempre ouvira
surgiu o homem negro livre
da prisão onde existira
O reflexo, criado por vozes opressoras
em mil partes se quebrou
negro, burro, imundo, sem valor
ficaram cacos quebrados
O homem negro de punho levantado
olhou demoradamente seu irmão
não de pele mas de fé
e pela primeira vez, amou
Livro “ Luta pela Igualdade”
Hugo Ferreira Zambukaki
Nenhum comentário:
Postar um comentário