domingo, 26 de maio de 2013

Miss Bahia nos noticiários

Depois da polêmica na Internet foi eleita miss Bahia, num estado onde existe a maior concentração afro-brasileira deu o que falar na internet por supostamente ter um pequeno número de participantes negras entre as candidatas ao título. Segundo alguns dos protestos que vem sendo feito através de blogs, redes sociais e abaixo-assinados virtuais, o estado que possui 76,2% de população negra, deveria ter mais participantes da etnia.
‘Priscila Cidreira é eleita Miss Bahia 2013A beleza da jovem de Santa Cruz conquistou os jurados
Da Redação entretenimento@band.com.br
horário 9:00 hs
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Priscila Cidreira é a nova Miss BahiaReprodução
O hotel Sheraton da Bahia foi palco da grande festa de beleza e glamour que elegeu a representante do estado ao Miss Brasil 2013. Na noite deste sábado (25), a candidata do município de Santa Cruz, Priscila Cidreira, de 22 anos, desbancou outras 29 participantes e ficou com o título de Miss Bahia 2013. 
Bruna Diniz, a Miss Bahia 2012, fez o seu último desfile com a coroa e foi quem teve a missão de passar a faixa a Priscila.
Cinco estados já escolheram suas representantes para o concurso nacional. O Rio Grande do Sul elegeu a bela Vitória Centenaro, do munícipio de Passo Fundo. No Amazonas, a escolhida foi Tereza Azedo, de Parintins e, no Sergipe, quem ficou com a coroa foi a jovem Lisianny Bispo, de Itabaiana. Sileimã Pinheiro, de Aruanã, é a representante de Goiás, e de Castanhal, a bela Anne Carolline Vieira, se prepara para levar a cultura do Pará na disputa pelo Miss Brasil.
O Miss Brasil será realizado no dia 28 de setembro, em Minas Gerais, com transmissão ao vivo da Band para todo o país.
fonte Band Notícias





quinta-feira, 23 de maio de 2013

40 acres e uma mula

40 acres e uma mula se refere à política de curta duração, durante os últimos estágios da guerra civil americana, durante 1865, de prestação de terra arável para negros libertos (ex-escravos), libertos como resultado do avanço dos exércitos da União no território anteriormente controlada pela Confederação , particularmente o general William Sherman.
40 acres de terra uma mula
40 hectares de terra e uma mula, de Robert N. Dennis coleção de visão estereoscópica.
As ordens especiais do general Sherman, emitidas em 16 de janeiro de 1865, previa a terra, enquanto alguns de seus beneficiários também receberam mulas do Exército, para uso na lavoura. Tais parcelas foram popularmente conhecidos como " Blackacres " acres negros
William Sherman fita luto
Sherman em maio de 1865. A fita preta de luto no braço esquerdo é para o presidente Lincoln . Retrato por Mathew Brady .
As ordens de campo especiais emitidos por Sherman nunca tiveram a intenção de representar uma política oficial do governo dos Estados Unidos no que diz respeito a todos os ex-escravos e foram emitidos "ao longo da campanha para garantir a harmonia de ação na área de operações". As ordens de Sherman especificamente atribuídos no Sul "as ilhas de Charleston , os campos de arroz abandonados ao longo dos rios de 30 milhas de distância do mar, e do país na fronteira com o rio St. Johns , Flórida . Rufus Saxton , um abolicionista de Massachusetts, foi nomeado por Sherman para supervisionar o assentamento dos escravos libertos. Em junho de 1865, cerca de 10.000 escravos libertos foram assentados em 400 mil hectares (160 mil ha) na Geórgia e Carolina do Sul .
Após o assassinato do presidente Abraham Lincoln , seu sucessor, Andrew Johnson , revogou as Ordens de Sherman e retornou a terra a seus proprietários brancos anteriores. Devido a isso, a frase "40 acres e uma mula" tem vindo a representar o fracasso de políticas de reconstrução na restauração para os afro-americanos dos frutos do seu trabalho.
Fonte Wikipédia
tradução Hugo Ferreira








terça-feira, 21 de maio de 2013

Um quilombo abolicionista no Leblon

Os quilombos abolicionistas foram um modelo diferente de resistência à escravidão. Seus integrantes organizavam-se perto dos grandes centros, eram liderados por personalidades públicas com bom trânsito entre fugitivos e sociedade, e ainda interferiam no jogo político.
O primeiro quilombo abolicionista conhecido pela história brasileira, membro ativo na luta pela extinção imediata do sistema escravista, deu origem ao que hoje é o bairro do Leblon, metro quadrado mais caro da cidade.
Restos do Quilombo do Leblon
Restos do Quilombo do Leblon aproximadamente 1936
Antiga fortaleza do quilombo do Leblon, o Clube Campestre Guanabara representa atualmente o berço de um dos capítulos mais secretos do abolicionismo no Brasil: nele eram cultivadas as camélias, plantas então raras e indicativas do apoio declarado aos ideais de liberdade e igualdade.
AS CAMÉLIAS DO LEBLON E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA - Uma investigação de história cultural
Livro de  Eduardo Silva
As Camélias do Leblon
Os quilombos abolicionistas foram um modelo diferente de resistência à escravidão. Seus integrantes organizavam-se perto dos grandes centros, eram liderados por personalidades públicas com bom trânsito entre fugitivos e sociedade, e ainda interferiam no jogo político.
O quilombo do Leblon foi uma comunidade desse tipo. A idéia de escrever o ensaio ocorreu a Eduardo Silva quando o historiador caminhava pelo jardim da Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, e notou a existência de três pés de camélia. O achado trazia novo sentido a um texto do próprio Rui Barbosa, lido pouco antes, em que a flor era apresentada como símbolo da resistência à escravidão.
O passo seguinte foi a própria descoberta do quilombo do Leblon. Seu líder, o fabricante de malas José de Seixas Magalhães, era um imigrante português que mantinha boas relações com figuras centrais do movimento abolicionista, entre elas Rui Barbosa, José do Patrocínio, André Rebouças e até a princesa Isabel.
Escrito com a agilidade de uma reportagem, esse ensaio de história cultural desvenda os elos desconhecidos entre a campanha política e o movimento social negro. Além disso, revela um modelo diferente de resistência ao sistema escravocrata: o "quilombo abolicionista", um tipo de comunidade que permite uma nova - e mais abrangente - compreensão desse momento - chave da história do Brasil.

Eduardo Silva as camélias
O autor, Eduardo Silva nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Doutorou-se em história no University College London, na Inglaterra. É pesquisador do Setor de História da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.
Link do trabalho
http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/o-z/FCRB_EduardoSilva_Camelias_Leblon_abolicao_escravatura.pdf











3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial


Governo convoca a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial

O governo convocou a 3a Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (III Conapir), por meio de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e publicado em 17/04/2013, no Diário Oficial da União. A conferência será realizada de 5 a 7 de novembro de 2013, em Brasília, com o tema "Democracia e Desenvolvimento por um Brasil Afirmativo".

Conferência-Nacional-de-Promoção-da-Igualdade-Racial
O governo convocou a 3a Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (III Conapir), por meio de decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff e publicado em 17/04/2013, no Diário Oficial da União. A conferência será realizada de 5 a 7 de novembro de 2013, em Brasília, com o tema "Democracia e Desenvolvimento por um Brasil Afirmativo".

Para participar, o interessado deve enviar nome, telefone e órgão ou entidade para o e-mail eunice.moraes@seppir.gov.br. O evento será transmitido em tempo real na páginaweb www.aids.gov.br/mediacenter

O evento será presidido pela ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir-PR), Luiza Bairros. Aos estados e ao Distrito Federal cabe a convocação das etapas estaduais e distrital da Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que ocorrerão até 30 de agosto de 2013 e poderão ser precedidas de conferências municipais ou regionais.
O regimento interno da III Conapir será aprovado pelo Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) e editado por portaria da ministra da Seppir. As despesas com a organização e a realização da conferência correrão por conta de recursos orçamentários da secretaria.
Em maio, serão feitos mais quatro seminários: Trabalho e Desenvolvimento: Capacitação Técnica, Emprego e População Negra, no dia 26, em Recife; Desenvolvimento e Mulher Negra, em São Paulo, no dia 7 de maio; Territórios Tradicionais Negros: Desenvolvimento e Enfrentamento ao Racismo, no dia 17 de maio, em Belém; e Oportunidades para a Juventude Negra, no dia 24 de maio, em Porto Alegre.

17/04/2013 às 18h45

Fonte: Portal Planalto


Stevie Wonder em 1964

Stevie Wonder foi descoberto aos 11 anos em 1961, esteve no Brasil em 2011 comemorando os seu 50 anos de carreira artística e foi o destaque do Rock in Rio na época.

Aos 13 anos, Wonder alcançou grande sucesso com "Fingertips (Pt. 2)", um single de 1963 gravada ao vivo durante apresentação da turnê Motor Town Revue, lançada no álbum Recorded Live: The 12 Year Old Genius. .A canção que apresentava Wonder nos vocais, bongôs e gaita e um jovem Marvin Gaye na bateria, atingiu número 1 na parada Pop & R&B e fez com que Stevie atingisse o grande público.

 Vídeo de 1964 Fingertips

Stevland Hardaway Morris (nascido em 13 maio1950 como Stevland Hardaway Judkins ), conhecido pelo seu nome artístico de Stevie Wonder , é uma cantor, compositor, multi-instrumentista, e foi uma criança prodígio que desenvolveu em um dos mais criativos figuras musicais do final do século 20. Cego desde logo após o nascimento, Wonder assinou com a Motown rótulo Tamla 's com a idade de onze anos e continua a tocar e gravar para a Motown até hoje.

Motown é uma gravadora americana fundada porBerry Gordy Jr., em 1959, em Detroit , Michigan , Estados Unidos. O nome, uma mistura de automóvel e cidade , é também um apelido da cidade de Detroit. Motown desempenhou um papel importante na integração racial da música popular através da realização de grandes sucessos.

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Wonder está envolvido em assuntos políticos. Ele é um ativista de direitos civis e apoiou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama durante sua campanha à presidência.

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Stevie Wonder em 2006 na Bahia Conferência Internacional de Intelectuais da África e da Diáspora, um evento promovido pelo Brasil em parceria com a União Africana.

Audiência Pública Direitos Humanos e Imigrantes

Africanos não conseguem ocupar postos qualificados no Brasil

A visão estereotipada dos países africanos e o preconceito são, segundo ONG, algumas das razões para que as empresas não abram espaço

 

Câmara Muncipal Placa

Audiência realizada em no dia 20 de maio de 2013

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Christophe Simon/AFP

Migrantes africanos: o secretário nacional de Justiça disse que o problema deverá ser enfrentado na mudança da lei que regulamenta os direitos dos estrangeiros

São Paulo – Imigrantes africanos se queixam que, mesmo qualificados, têm dificuldade para conseguir bons empregos no Brasil. “Essa busca por mão de obra qualificada é pensada muitas vezes em relação ao europeu, principalmente ao branco. Não imaginam que o africano tem essa qualificação, que o haitiano tem essa qualificação”, ressalta a diretora do Instituto da Diáspora Africana no Brasil (IDAB), Carmen Victor da Silva. A organização não governamental busca dar apoio a imigrantes que chegam ao país.

A visão estereotipada dos países africanos e o preconceito são, segundo Carmen, algumas das razões para que as empresas não abram espaço em postos qualificados para africanos.

“Eu percebo que existe uma distinção. Quando se fala de imigrantes de outras localidades, latinos ou africanos, se fala sempre como mão de obra braçal, não intelectual”, enfatizou, em entrevista à Agência Brasil, antes de participar de audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo.

O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, admitiu que o problema é presente e deverá ser enfrentado na mudança da lei que regulamenta os direitos dos estrangeiros.

“É preciso reconhecer que o preconceito faz parte das relações humanas e é por isso que todo o debate dessa questão migratória tem que ser calcado no afastamento e enfrentamento da xenofobia”, disse. “Será constituído agora um comitê de especialistas para dar a formatação jurídica de um anteprojeto que poderá ser encaminhado ao Congresso”, acrescentou.

A visão estereotipada dos países africanos e o preconceito são, segundo ONG, algumas das razões para que as empresas não abram espaço

Procedente da Guiné-Bissau, formada em teologia e pedagogia, Madalena Nanque conseguiu emprego apenas em uma loja que vende chinelos. Mas, após problemas com a burocracia para o pedido de residência permanente, perdeu até esse trabalho.

“Quero fazer concurso, não consigo. Quero fazer pós-graduação, minhas amigas já acabaram, eu não consigo, porque não tenho documento”, reclama a africana, de 36 anos.

“Eu acho que deve haver uma base aqui em São Paulo para ajudar gente como eu, que não tem pai para dar nada, que tem que trabalhar”, diz, ao se queixar dos gastos dos deslocamentos a Brasília para resolver a sua situação legal.

Marseu Carvalho

foto hugo ferreira

Marseu Carvalho numa reunião da Mobilização na Câmara Municipal

O estudante angolano Marseu de Carvalho também reclama da falta de atenção do governo aos imigrantes com poucos recursos. “Nós sabemos que não há políticas públicas que recaem sobre os estudantes imigrantes. E se há políticas públicas, elas não chegam à minha camada, daqueles que não têm nenhuma representatividade governamental ao sair de seus países por conta própria”, destacou durante o encontro.

Além da falta de apoio institucional, o estudante universitário Ademar Carvalho diz sofrer com o racismo no Brasil. “O meu governo falava que os brasileiros e portugueses são nossos irmãos porque falam a mesma língua. Hoje, já não penso mais assim”, desabafou o jovem que se diz enganado por uma faculdade do interior paulista. Um representante da instituição, segundo Carvalho, foi a Angola oferecer uma série de vantagens que não se cumpriram na prática. Atualmente, o estudante move uma ação, com a ajuda da Defensoria Pública da União (DPU), contra a faculdade.

A parceria entre o Ministério da Justiça e a defensoria é uma das ações do governo, de acordo com Paulo Abrão, para solucionar os problemas que afligem os imigrantes. “Para que ela [a DPU] passe a atuar na defesa jurídica de todo e qualquer estrangeiro dentro do território nacional”. Abrão acrescentou que também foi firmada uma parceria com a Organização Internacional de Migrações. “A primeira etapa é a realização de diálogos públicos com representações e lideranças dos imigrantes”, destacou.

Daniel Mello, da Agência Brasil

Fonte Agencia Brasil

13 de maio questionamento

 

13 de maio é questionado por pesquisadores e militantes

“Redação Correio Nagô* - Em uma sala de aula, durante a aula de História do Brasil, a professora explica aos seus alunos a Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888. Diante de olhares atenciosos, ainda em formação, o destaque, como de costume, fica por conta da Princesa Isabel que, ao assinar a lei teria extinguido a escravidão do país.

A cena genérica descrita acima não está distante da realidade e acontece em diversas escolas do Brasil. Para a doutora em História Social da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas (2004) e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wlamyra Albuquerque, a forma como o 13 de maio é contado e lembrado por diversas instâncias da sociedade, com foco na ação do Estado e na assinatura da Princesa Isabel, é uma “estratégia política”, para ocultar a ação dos negros.

“A abolição foi uma conquista da população negra. Há uma disputa política em torno da autoria, para definir quais os protagonistas. Assim, enfatizaram mais a Princesa Isabel e a assinatura da lei”, destaca a historiadora, em entrevista ao Portal Correio Nagô.

Wlamyra R. de Albuquerque Professora Wlamira Alburqueque

De acordo com Wlamyra, a estratégia serviu (e ainda serve) para apagar da memória algo já vinha acontecendo antes da assinatura da lei, quando grande parte dos negros já tinha conseguido a alforria. “Mas o que predominou na imprensa e na história oficial foi a versão da Princesa Isabel”, complementa.

Para ela, o momento político atual é resultado das conquistas obtidas há 125 anos. “A abolição não foi uma dádiva. A gente não recebeu a carta de alforria. Foi um esforço para garantir a liberdade. Precisamos nos apropriar do nosso protagonismo e das conquistas”, diz.

A historiadora acredita que é preciso mudar o lugar do discurso e ver a participação dos negros que, segundo ela, mesmo sem a existência de políticas de inclusão no pós-escravidão, mantiveram a luta e correram atrás dos seus direitos.

“(Após a abolição) Não houve nenhuma discussão sobre cidadania, inclusão. O Estado brasileiro fez muito pouco para isso, mas não quer dizer que os negros nada fizeram. Tivemos o papel e importância da imprensa negra, de grupos sociais diversos que já lutavam por direitos e do candomblé. Todos eles denunciavam essa situação e lutaram pelos seus direitos”, ressalta.

Apesar de muitos representantes do Movimento Negro classificarem a data como a “falsa abolição” e não celebrarem a ocasião, a historiadora diz que prefere não usar o termo. “É uma data que não deve ser esquecida e lembrada como a população negra conseguiu colocar na falência uma instituição que perdurou por séculos”, finaliza.

Já para a socióloga e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia (CNDC), Vilma Reis, a data não deve ser celebrada por uma decisão política. “Não temos nada para celebrar. Saímos com uma mão na frente e outra atrás. Há um processo inconcluso da abolição. Ela não ocorreu porque não garantiu direitos”, defende a socióloga.

Para a presidente do CNDC, os reflexos deste período histórico ainda podem ser percebidos. “Porque a população negra está morando na beira de esgoto, em lugares sem saneamento básico ou com os piores índices?”, questiona.

escravidao

Como exemplo das lutas atuais enfrentadas pela comunidade negra, ela cita o caso da comunidade quilombola Rio dos Macacos que disputa um território com a Marinha. A área do Quilombo Rio dos Macacos tornou-se palco de uma disputa judicial e territorial a partir da década de 60, com a doação “formal” das terras pela Prefeitura de Salvador à Marinha do Brasil. Atualmente, o território é alvo de uma ação reivindicatória proposta pela Procuradoria da União, na Bahia, que pediu a desocupação do local para atender as “necessidades futuras da Marinha” que pretende ampliar as instalações da base, onde residem 450 famílias de militares.

O Quilombo Rio dos Macacos, localizado no bairro de São Tomé de Paripe, no limite da cidade de Simões Filho e Salvador, é formado por 70 famílias que vivem tradicionalmente no local há mais de 200 anos. “Este processo não está na mesa política de prioridades porque assim como de várias outras comunidades porque não há representação negra na política que garanta isso”, diz.

Vilma admite, no entanto, alguns avanços e conquistas, como a criação de cotas raciais. “Esse processo reparatório é muito recente, mas a demanda é muito grande. Boa parte ainda permanece excluída”, destaca.”

*Por Anderson Sotero

Fonte: Instituto Mídia Étnica

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Discussão sobre imigração no Brasil

A situação de haitianos nos Estados da Região Norte do Brasil é muito parecida com a dos angolanos no bairro do Brás, em São Paulo, ou com a dos bolivianos, nas oficinas de costura no Bom Retiro no que se refere às condições de pobreza que apresentam, de descaso das autoridades nos esclarecimentos das violências que eles sofrem, das transgressões aos direitos trabalhistas de todos.

Audiência sobre imigração discute mudanças na legislação migratória

08/05/2013

Representantes de entidades apontam para o risco de uma imigração seletiva

Da Redação: Joel Melo Fotos:José Teixeira

CLIQUE AQUI PARA FAZER DOWNLOAD DA FOTO ACIMA

Davi, Ruth Camacho, Cleiton Borges, Adriano Diogo, Nelo Pulcinelli e Maria Cristina Morelli

A situação de haitianos nos Estados da Região Norte do Brasil é muito parecida com a dos angolanos no bairro do Brás, em São Paulo, ou com a dos bolivianos, nas oficinas de costura no Bom Retiro no que se refere às condições de pobreza que apresentam, de descaso das autoridades nos esclarecimentos das violências que eles sofrem, das transgressões aos direitos trabalhistas de todos. Essa é a conclusão a que chegaram os representantes das entidades que se reuniram nesta terça-feira, 7/5, para discutir uma política migratória para o Brasil que acolha melhor a quem chegue, e que amplie os direitos dos que já moram aqui.
Com uma mesa presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT) e composta por especialistas no assunto, tomou a palavra, em primeiro lugar, Cleyton Borges, do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante " CDHIC, que comentou o aumento do número de imigrantes (960 mil em dezembro de 2009 para 1,46 milhão em julho deste ano) e dos diferentes caminhos que os países têm seguido ao tratar da imigração. Cleyton apontou duas diferenças básicas entre a política de imigração brasileira, que aponta o que o imigrante não pode fazer, com a política propositiva argentina, por exemplo, que prefere indicar o que o imigrante pode fazer. Cleyton questionou que modelo queremos, e disse que uma legislação baseada nos direitos humanos deve enfrentar o racismo e a xenofobia: "Se a lei não é clara nesse sentido, abre caminho para a discriminação", disse o especialista que, em seguida, apresentou um vídeo sobre a morte de Zulmira de Sousa, a estudante angolana que foi vítima de xenofobia em São Paulo.


Também frei David Santos, da Educafro, abordou a morte de Zulmira como um símbolo de ódio de setores brasileiros contra imigrantes africanos. E disse que o governo não está se empenhando o suficiente para encontrar o responsável pelo crime, pois, segundo o frei, "prenderam um bode expiatório e o verdadeiro assassino está solto". Frei David Santos apresentou um gráfico sobre o que é considerado genocídio e disse que "a realidade negra brasileira é sem dúvida nenhuma genocídio".

Compuseram a mesa, além dos já citados, Nelo Pulcinelli, do Centro de Apoio ao Migrante (CAMI), Ruth Camacho, do Centro de Pastoral do Migrante e Maria Cristina Morelli, da Caritas também colocaram sua visão sobre o assunto. A audiência serviu como preparatória da conferência nacional sobre o tema.
Entidades que atuam no atendimento e apoio aos imigrantes e nos processos de formulação de políticas públicas orientadas às migrações transnacionais no Brasil recomendam cuidado com alguns aspectos xenofóbicos ao veicular uma notícia. Para contribuir com o trabalho realizado por comunicadores e jornalistas, foi preparado um guia preparado por especialistas sobre o assunto que pode ser acessado no linkwww.guiamigracoesdivcult.com
Fonte: Manifesto pela humanização da cobertura mediática sobre migrações no Brasil

Adriano Diogo preside os trabalhos da comissão que debate mudanças na legislação migratória

Política migratória para o Brasil em debate

Público presente

fonte ALESP

Os escravos nos tribunais ações de liberdade “Liberata”

“Liberata: a lei da ambiguidade. As ações de liberdade da corte de Apelação do Rio de Janeiro no século XIX", da autora Keila Grinberg.
Fruto de uma pesquisa de iniciação científica orientada por Hebe Maria Mattos de Castro e patrocinada pela CNPq, este trabalho foi apresentado pela autora como monografia do curso de graduação em História realizado no período de 1989 a 1993 na Universidade Federal Fluminense e depois, tornou-se um livro.

 

Lberata

 

Confira o livro "Liberata: a lei da ambiguidade", de autoria da historiadora Keila Grinberg, que analisa as relações do mundo supostamente privado da escravidão, o mundo público das leis, do direito e do Judiciário.
Link para download:
https://docs.google.com/file/d/0B3XT11SH5PSKMTk5ZDA0YTctNjcyNy00NWJhLTkxMWItMTc3MjFmYjQ3YTkw/edit?usp=sharing&pli=1

 

A historiadora Keila Grinberg.

Com profundo interesse em vasculhar os documentos históricos do Arquivo Nacional para entender os processos criminais no século XIX no Brasil, Keila se deparou com várias ações de liberdade, fato esse que já tinha ouvido falar, mas não tinha encontrado nenhum caso até então.
A autora se mostrou bastante surpresa ao constatar que 58% dos processos referentes a escravos na Corte de Apelação do Arquivo Nacional do Rio de Janeiro eram de ações de liberdade. E mais surpresa ainda ficou ao descobrir que o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro libertou mais escravos do que os juízes   de primeira instância o fizeram.
Diante desses fatos, a autora sentiu interesse em pesquisar mais sobre essas ações de liberdade.
A partir daí, surgiram muitos questionamentos a respeito do tema.
Quais eram os argumentos que os escravos usavam para impetrar ações de liberdade? Como eles tinham acesso a isso?
Diante destas e outras perguntas, a autora se aprofunda na pesquisa e se interessa por, entre outros casos, Liberata.
Conta os arquivos que Liberata foi uma escrava vendida aos dez anos por seu senhor a José Vieira Rebello. Recebia todas as formas de maus tratos para uma negra escrava   na época. Mas, baseada na promessa de liberdade por seu senhor, Liberata recorre a justiça   e impetra uma ação de liberdade.
Para a autora, Liberata representa toda uma classe escravizada que busca nas autoridades jurídicas o direito a liberdade.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

14 de maio na UNEB Bahia

Abolição da escravatura é comemorado em 14 de maio na UNEB Campus V

Daniel dos Santos, graduado em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e membro do AFROUNEB, esteve na Rádio RBR nesta segunda-feira (13) para falar a respeito do cronograma em comemoração à abolição da escravatura.

Daniel explica que a data que representa a abolição da escravatura é comemorada no dia 13 de maio, mas optaram por fazer no dia 14 do mesmo mês, “simbolicamente é uma forma de protesto porque o 13 de maio, apesar de garantir juridicamente o fim do trabalho escravo no Brasil, não significa que nossa população foi emancipada, então, nós que fazemos parte do movimento negro, optamos de fazer a comemoração no dia 14”, disse.

A respeito da programação, o entrevistado diz que amanhã (14), a partir das 8h, haverá a exibição do filme Django Livre, a partir das 14h haverá uma conferência com a professora Dra. da UFRB Isabel Reis, a qual irá abordar a questão da família escrava no século XIX, como também desse processo de abolição e desmitificando de símbolos e emblemas que estão em nosso imaginário e nos faz pensar na utopia de uma abolição. A noite haverá a celebração artística cultural com um baile Black com Alana Sena & Banda Gan, Paulo Smasher, Sinho Bernardo e Coletivo Zumbeat. O evento acontecerá na UNEB e é aberto para todos. 

Fonte Redação Voz da Bahia - Samile Damasceno

13/05/2013 14:31

Tráfico internacional de pessoas desarticulado pela Polícia Federal

Estrangeiros em regime de escravidão libertados pela Polícia Federal em Brasília. Imigrantes ilegais eram iludidos para trabalhar numa empresa que prestava serviço à umas das empreiteira do projeto de habitação do Governo.
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A Polícia Federal está realizando buscas nas residências dos investigados, e nos alojamentos onde estão os estrangeiros. Participam da operação 60 policiais federais para o cumprimento de 14 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal de Brasília.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (15/05) a operação Liberdade em Brasília, para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional que trazia pessoas de Bangladesh para trabalhar  em situação análoga à escravidão no  Distrito Federal. Segundo as investigações, trabalhadores de Bangladesh eram recrutados por uma empresa que prestava serviços para uma das empreiteiras do projeto de habitação do governo.
De acordo com a polícia, a quadrilha era composta por estrangeiros de Bangladesh que aliciavam conterrâneos com falsas promessas de salários que variavam entre US$ 1 mil e US$ 1,5 mil para trabalho na construção civil. Os traficantes de pessoas cobravam até US$ 10 mil pela imigração ilegal, diz a PF.
As vítimas ingressavam no Brasil ilegalmente, pela Guiana Inglesa, Peru e Bolívia. A situação migratória das pessoas traficadas era regularizada por meio do pedido de refúgio.
Fonte Paraiba http://www.paraiba.com.br/





Catorze de Maio

Uma visão do dia seguinte da Abolição. Quem somos nós? Origem, destino e sonhos. A transição do trabalho escravo para o assalariado. Um questionamento, uma constatação.



O escravo você tem de comprar e manter, o assalariado fornece esse trabalho sem risco algum. O capitalismo é incompatível com a escravidão.
O trabalhador assalariado apresenta maior produtividade que o escravo, e tem renda disponível para o consumo.
adaptado de João Manuel Cardoso de Mello, do livro  O capitalismo tardio.



Barraco, 1906 Anônimo. Glória. Rio de Janeiro na época da Av. Central. São Paulo

“O escravo corresponde a um capital fixo cujo ciclo tem a duração da vida de um indivíduo; assim sendo, (...) forma um adiantamento a longo prazo do sobretrabalho eventual a ser produzido. O assalariado, pelo contrário, fornece este sobretrabalho sem adiantamento ou risco algum. Nestas condições, o capitalismo é incompatível com a escravidão”
João Manuel Cardoso de Mello, O capitalismo tardio.